domingo, 18 de abril de 2010

Bric pede maior presença nas decisões mundiais

Os líderes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) alertaram ontem, no documento final de seu segundo encontro, que a recuperação da economia mundial ainda não está "sólida" e continua vulnerável a "incertezas". Com base na convicção de que boa parte da retomada de crescimento desde o fim de 2009 se deveu a sua própria atuação, o Bric advertiu para a necessidade de preservação da agenda de reformas já decidida no âmbito do G-20 (grupo das maiores economias) e reivindicou uma presença mais consistente nas decisões mundiais.

AE(Agência Estado)

Os líderes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) alertaram ontem, no documento final de seu segundo encontro, que a recuperação da economia mundial ainda não está "sólida" e continua vulnerável a "incertezas". Com base na convicção de que boa parte da retomada de crescimento desde o fim de 2009 se deveu a sua própria atuação, o Bric advertiu para a necessidade de preservação da agenda de reformas já decidida no âmbito do G-20 (grupo das maiores economias) e reivindicou uma presença mais consistente nas decisões mundiais. "Nós reconhecemos que os fundamentos da recuperação econômica mundial não estão ainda sólidos e que há incertezas remanescentes", ressaltaram os líderes do Bric no comunicado conjunto que encerrou a reunião de cúpula de ontem. "Nós apelamos a todos os Estados para fortalecerem a cooperação macroeconômica, recuperarem conjuntamente a segurança da economia global e perseguirem um forte, sustentável e equilibrado crescimento." No documento, os membros do Bric se comprometem a manter os esforços nacionais que tornaram possível a recuperação de suas economias, em especial para impulsionar seus mercados domésticos. Também reiteraram medidas que adotaram, como a preservação de altos níveis de reservas e a expansão continuada das exportações, e indicaram a intenção de prosseguir nas negociações sobre o mecanismo de comércio em moedas locais - o mesmo operado perifericamente pelo Brasil e a Argentina. Câmbio. Em nenhum momento, entretanto, o texto faz referência a uma questão que, do ponto de vista dos Estados Unidos e de outros países, traz vulnerabilidade aos mercados - a política chinesa de câmbio desvalorizado. Aparentemente, o tema não chegou a ser tocado na reunião. O recado do Bric foi claro aos países que pretendem diluir os compromissos de reformas e medidas mais severas para o sistema financeiro mundial firmado no âmbito do G-20 durante o auge da crise econômica, no ano passado. Nesse contexto, foi mencionada a contrariedade dos membros do Bric com a tese da "autorregulação natural dos mercados financeiros". Conforme assinalou o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty, o documento alerta para a necessidade de esforços para que os planos traçados sejam mantidos na agenda internacional. "Os entusiastas de ontem são os cautelosos de hoje." Na declaração conjunta, os líderes do Bric insistem na reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird), que resulte no maior poder de voto das economias emergentes e em desenvolvimento. O texto indica o otimismo dos países em ver a mudança nas cotas do FMI efetivada em novembro deste ano, e nas do Bird, na reunião de Primavera de ambas as instituições, no fim deste mês. Mas, no caso da reforma do Conselho de Segurança da ONU, a posição da China impediu qualquer menção de apoio ao ingresso do Brasil e da Índia como membros permanentes. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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